6.1.06

Orelha

A paixão de Amâncio Amaro é paixão que não acaba: pela frase, pelo estilo, pela imagem, pela língua portuguesa, pela condição da gente, pela soma disso tudo, uma paixão corajosa e surpreendente, “queria novidade? Então tome”.

Aos leitores desavisados, atenção! Não satisfeito em nos capturar logo de início, André Laurentino se põe a brincar com a gente, sem a menor cerimônia, surrupiando risos, soluços, gargalhadas, revirando os sentimentos mais íntimos, nossas memórias, nosso recato, nossos desejos secretos.

Sempre que se comprova que ler é uma grande alegria, fico assim, comovida.

Essa estréia merece festa — me perdoem o juízo, (Deus é quem tudo julga) — mas é assim que eu penso, me embriaguei com esta história, estou muito agradecida, e agora ela é toda sua, deleite-se.

Adriana Falcão